Sunday 25 September 2011

A velhice...

A velhice…

Velhice, sinal de experiência e sabedoria.
A velhice é vista pelos jovens como uma parvoíce e que ainda está longe, pelos adultos o futuro, pelos próprios idosos, uma doença que tem como sintomas as rugas, a indiferença dos outros e a solidão.
Por vezes vemos idosos sentados em bancos de jardim, sozinhos, a pensar, sendo por vezes desprezados pelos mais novos!
Acho que toda a gente se lembra de uma avozinha simpática dos contos de fada, uma daquelas senhoras pequeninas, magrinhas, embrulhadas num grande xaile, aquecendo-se ao fogão, que aceita abraçar-se a qualquer elemento mais novo sendo ou não da sua família, colocando-o também debaixo do seu xaile, e contado historias de fantasia, daquelas populares que só as avós se lembram ou historias do seu tempo de moças, eu conheci uma, não me lembro das historias que contava, mas ficou-me na memoria a sua bondade e os seus bolinhos ou bolachinhas de limão. Era tia-avó do meu pai, faleceu este verão, muito doentinha que ela estava, tinha perdido aquela alegria que eu me lembrava, mas a sua bondade e simpatia continuava no seu rosto, a minha mãe sempre a considerou uma santa, mas desde que ela ficara doente tinha aquela expressão que se vê nas figuras da igreja, teve uma vida sofrida aquela senhora, passou por muitas dificuldades e numa mesa muito pobre nunca deixou que os mais novos passassem fome.
Sinto que os jovens tem medo de falar com os idosos, pois sabem que a velhice e a solidão é o que os espera num futuro não assim tão distante quanto pensam e que daqui a uns anos serão eles que estarão naquele mesmo banco de jardim de pele enrugada, com bastante sabedoria e experiência, mas também sozinhos.
No caminho para a escola, a vinda da escola, em passeio, não custa dar uma palavrinha a uma pessoa menos jovem, eu orgulho-me de ter conhecido aquela avozinha, que não era minha mas que me aceitou como sua.
A velhice é o que nos espera a todos, para que desprezar os idosos que tanto nos podem ensinar?! Afinal não se pode evitar o inevitável, para que fugir?
                                                                                              3 de Novembro de 2008


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