Thursday 29 August 2019

Páginas do Diário que Guardo no Fundo da Minha Alma | 1 & 2


Hoje venho-vos falar do meu novo projecto, que comecei a desenvolver no IG.

Basicamente isso veio através da minha necessidade de me mudar, de me reiventar, não de criar uma nova personalidade, mas de voltar ao meu antigo eu. Um momento de self-awareness e reflexão.

Não é de todo uma procura de feedbacks ou gostos, mas sim, mostrar que nós, malta que espalhamos opiniões também temos momentos menos bons na nossa vida, e se todos em algum momento da nossa vida nos sentimos sozinhos, então estamos todos juntos nisso. (Sim, é uma frase do PS. Eu amo-te, mas faz sentido). No entanto, foi bom receber várias mensagens de meninas, que tal como eu se sentiam menos bem.

No dia 26 partilhei a primeira fase deste capítulo... 

Uma página do diário que guardo no fundo da minha alma.

Ainda era de noite quando eu acordei, o mundo dormia e eu pensava. Muito penso eu... Demais muitas vezes!

Por volta das 06:30 deu-me um frenesim, eu tinha de me mexer, tinha de sair de casa e conectar-me mim própria.

06:55  na curva a caminho do parque do costume lembrei-me que quem saia a esta hora de casa sem ser Obrigado ou era doente ou maluco, Nas minha palavras, no entanto decide ser maluca e voltar a sentir-me eu.

Chegada ao Beddington Park, pela entrada do costume, a passar pelo cemitério, entrei... Pensei que lapides tão antigas, já ninguém se lembra de quem vocês foram, já ninguém chora por vos. Afinal todos morremos e todos que um dia nos amaram morrem também. No meio de campas de 1809 descobri algumas datadas de 2000.

Afinal ainda há pessoas que choram por eles.

Eu não sou uma abraçadora de árvores, mas gosto de sentir a erva molhada nos meus pés...

Por entre relva, árvores e um banco de jardim descobri que me perdi no tempo, entre culpar me de tudo, entre culpar o meu pai pela minha infelicidade, entre culpar o trabalho da minha impaciência e mau humor, de ter entrado num reboliço sem jeito e de me ter deixado pelo caminho. E isso não é uma coisa de meros meses, eu perdi-me bem antes de todo o descalabro que assombrou a minha vida, perdi-me sozinha.

Algures pelo caminho perdi aquela rapariga que sorria de tudo, aquela rapariga que torcia o nariz e não deixava que nada a afectasse, o meu objectivo na vida é criar, é ter opiniões é deixar uma marca no mundo...

Onde estas tu, Mariana?

Achaste que ser adulta não se enquadrava em ti, então deixaste te para trás, começaste a dar desculpas, começaste a queixar-te de tudo. Tudo era um suplicio, um sacrifício.

Mas esqueceste te de ti, aquela pessoa que não deixava que ninguém mexesse no caminho dela, porque o caminho dela seria a sorrir, então sorri. As pessoas  te podem fazer sentir como tu deixares que te façam sentir.

Tu nunca quiseste que te chorassem depois do fim, então sorri, sorri muito, brinca, se feliz, volta a ser quem és enquanto estas nesta viagem. Crava o teu nome no mundo enquanto tens tempo. E ama a vida como só tu amas.

Ontem, partilhei o segundo texto:

Mais uma página do diário que guardo no fundo da minha alma..

Quem sou eu?

Eu deixei que nomes me definissem em vez de adjectivos. Defini-me pelo que os outros esperavam de mim e portanto tornei a verdade deles a minha verdade.

Quem eu me tornei?

A filha dos meus pais, neta dos meus avós, mulher adulta, companheira e namorada, amiga, enfermeira, estrangeira, colega.
Se eu não fosse 100% o esperado sentia-me um falhanço. Se alguém falasse sobre mim eu acabava a adicionar o stress de tentar mudar de verdade dos outros em relação a mim. Acabei a tornar-me uma desilusão para mim, tanto em relação à minha opinião sobre mim própria como à opinião que os outros tinham de mim.

Sou um falhanço? Não.

Sou um desastre? Não.

Sou a 💩 que conclui que era? Nao.

Mereço ser feliz? Sim!!

Luto todos os dias pelo que quero? Não, luto muito, contra mim, contra os outros, contra o mundo mas não todos os dias.

Esta na hora perder a preguiça e lutar o resto dos dias.

E com isto tudo quem sou eu? 

Uma mulher de 28 anos com a sede de viver pelos seus parâmetros como quando tinha 20 anos, uma mulher que deixou para trás o seu amor próprio e investiu apenas no seu amor pelos outros deixando-se levar. Deixei de cuidar de mim, para cuidar dos outros, para tornar os outros uma prioridade. 

Onde é que isso me trouxe?

A uma posição bastante frustrante, um ponto da minha vida com retorno, no entanto um ponto onde não me reconheço.

E quando é que eu mudo?! HOJE

E neste momento é esperar pelo próximo capítulo. Se por ventura quiserem falar comigo sobre este tipo de assuntos ou o que quer que seja podem sempre mandar mensagem através duma das redes sociais, ou então um email. 

1 comment:

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Saudações Negras